segunda-feira, 26 de outubro de 2009

SOLOS TRÁGICOS - JUSTIFICATIVA 1


Antes de me perguntar como encenar um texto trágico, me perguntei por que encenar uma tragédia nos dias de hoje?
George Steiner decretou em A Morte da Tragédia que, por ser a tragédia uma forma de arte que “requer o peso intolerável de Deus”, é que “ela agora está morta porque Sua sombra não incide mais sobre nós como incidia sobre Agamêmnom ou Macbeth ou Atália.” No entanto, o Professor Gilson Motta, em seu ensaio A Encenação da Tragédia Grega e do Trágico na Cena Brasileira Contemporânea, acredita que “o século XX propiciou um retorno do trágico e da tragédia”, e contabiliza em seu artigo trinta e duas encenações de tragédias, no período entre 1994 e 2004, levando em consideração apenas encenações do Rio, São Paulo e Belo Horizonte. Assim, mesmo “morta” percebe-se que a tragédia continua em cena. O professor Motta coloca que a “a tragédia é um tema privilegiado quando se trata de estabelecer uma relação entre a reflexão estético-filosófica e o teatro.”

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