quinta-feira, 1 de outubro de 2009

SOBRE IFIGÊNIA


Esta ilustração é o cartaz do filme de Michael Cacoyannis produzido em 1977. Achei no youtube, em www.youtube.com/watch?v=pxzvn_Rw_hI, algumas cenas do filme. Gostei mais do que As Troianas.
Na peça vamos usar os textos de  Eurípides e de Racine. Mário da Gama Curi, o tradutor de Eurípides, acha que Ifigênia em Áulis é uma obra-prima.
Os antecedentes:
Páris foge para Tróia levando Helena, mulher de Menelau. Agamêmnon, irmão de Menelau cede a ira do irmão e convoca as tropas gregas para buscar a cunhada de volta e dar uma lição nos troianos.
O enredo da peça:
Mil barcos gregos estão ancorados no Porto de Áulis esperando ventos favoráveis para a partida rumo à vingança. Calcas, o adivinho, profetiza que os ventos só soprarão depois que Agamêmnon sacrificar sua filha Ifigênia à deusa Ártemis. Agamêmnon manda buscar a filha, e mesmo sangrando-se de culpa manda a adolescente para o sacríficio.
Resultado:
Os ventos sopram. Os gregos partem para Tróia. Acontece uma guerra que dura dez anos e acaba com Tróia dizimada (ver As Troianas). Agamêmnon volta pra casa trazendo sua amante Cassandra. Encontra sua mulher, Clitemnestra, casada com Egisto. E toda história continua na trilogia chamada Orestéia ou Oréstia, que reúne as peças: Agamêmnon, Coéforas e Eumênides, todas de Ésquilo.
A idéia é usar em Solos Trágicos um trecho em que Ifigênia se enche de resignação e aceita candidamente a morte em nome da pátria e da honra do pai, e também, um trecho de Agamêmnon com a angústia da terrível decisão.
Como isso vai ser feito, ainda não tenho a mínima idéia. Mas, os atores deverão alcançar a compreensão das emoções vividas por cada um dos personagens e, mais ainda, encarar a dimensão trágica do pai que manda a filha para o sacrifício e da filha que ultrapassa o medo de morrer e resigna-se com a morte.   


Um comentário:

  1. "Ifigênia em Áulis" tem a sua versão cênica gaúcha. Ivo Bender escreveu, dentro da sua "Trilogia perversa", o texto "1874", que foi encenada em 2000, com direção de Decio Antunes, com o nome de "As núpcias de Teodora- 1874". Na minha opinião Ivo consegue, de maneira brilhante, captar o espírito da tragédia de Eurípides, e ainda localizá-lo em meio ao conflito dos Muckers, liderados pela líder messiânica Jacobina Maurer, num episódio que marcou a história do Rio Grande do Sul.

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