segunda-feira, 12 de outubro de 2009

ARISTÓTELES - A DEFINIÇÃO DE TRAGÉDIA


"A tragédia é a representação de uma ação nobre e completa, com uma certa extensão, em linguagem, poetizada, cujos componentes poéticos se alternam nas partes da peça, com o concurso de atores e não por narrativa, que pela piedade e pelo terror opera a catarse desse gênero de emoções."
Retirei esta definição, que consta da "Poética" de Aristóteles, do livro "Tragédia Grega - O Mito em Cena", de Daisi Malhadas. A autora prefere tradizir MIMÈSIS por "representação" ao invés da tradicional "imitação". Mais adiante, a autora cita os estudiosos Roselyne Dupont-Roc e Jean Lallot para definir a Kátharsis: "A Kátharsis trágica é o resultado de um processo (...): assistindo a uma história (MYTHOS) em que se reconhece as FORMAS, sabiamente elaboradas pelo poeta, que definem a essência daquilo que inspira íedade e terror, o espectador experimenta a piedade e o terror, mas de maneira quinta-essenciada, e a emoção purificada que dele então se apodera e que qualificamos de estética vem acompanhada de prazer".  Desta maneira, a autora relaciona a catarse com prazer estético. Já no verbete Terror e Piedade, do Dicionário de Teatro, de Patrice Pavis, encontramos que "Para Aristóteles, é provocando no espectador a piedade e o terror que a tragédia cumpre a purgação (catarse) das paixões. Há compaixão e, portanto, identificação, "quando presumimos que também poderíamos ser vítimas dela, ou alguém dos nossos, e que o perigo parece próximo de nós" (Aristóteles, Retórica II:3). Racine, no prefácio de Andrômaca, diz que as personagens, de acordo com o dogma clássico, não deverão ser nem "inteiramente boas", nem "inteiramente más", é preciso que elas "caiam em desgraça por alguma falta que as faça queixar-se sem fazê-las detestar".

Um comentário: