segunda-feira, 12 de outubro de 2009

TRAGÉDIA - O CANTO DO BODE


Mais Pavis. Uma olhada no verbete TRAGÉDIA do Dicíonário de Teatro: começa com a origem da palavra: "do grego tragoedia, canto do bode - sacrificio aos deuses pelos gregos", e define assim: "Peça que representa uma ação humana funesta muitas vezes terminada em morte".
Depois repete a definição clássica retirada de Aristóteles com algumas diferenças daquela apresentada por Daisi Malhadas, no livro comentado no post anterior: "A tragédia é uma imitação de uma ação de caráter elevado e completo, de uma certa extensão, numa linguagem com condimentos de uma espécie particular conforme as diversas partes, imitação que é feita por personagens em ação e não por meio de uma narrativa, e que, provocando piedade e terror, opera a purgação própria de semelhantes emoções".
Complementa o verbete com o seguinte: "Vários elementos fundamentais caracterizam a obra trágica: a catharsis ou purgação das paixões pela produção de terror e piedade; a harmatia ou ato do herói que põe em movimento o processo que o conduzirá à perda (ou queda); a hibrys, orgulho e teimosia do herói que persevera apesar das advertências e recusa esquivar-se; o pathos, sofrimento do herói que a tragédia comunica ao público. a sequência tipicamente tágica teria por "fórmula mínima": o mythos é a mimese da praxis através do pathos até a anagnoris." Traduzindo: "a história trágica imita as ações humanas colocadas sob o signo dos sofrimentos das personagens e sa piedade até o momento do reconhecimento das personagens entre si ou da conscientização da fonte do mal".
Pavis termina o verbete com a seguinte dica: "Sem fazer aqui a história da tragédia, cumpre reter três períodos em que ela floresce particularmente: a Grécia clássica do século V, a Inglaterra elizabetana e a França do século XVII (1640-1660)." 

Nenhum comentário:

Postar um comentário