domingo, 25 de outubro de 2009

INTUIÇÃO AMORFA 2


Assim, inspirado pela expressão cunhada por Peter Brook, tenho me ocupado nos últimos meses a perseguir, a me imbuir, a me permitir, a me embeber de leituras e imagens que me auxiliem a produzir um insight, um lampejo de intuição amorfa.
Vou delimitando o problema, separando aquilo que sei que não quero, daquilo que é possível querer.
Quando se fala em tragédia a cor preta se impõem. Mas não vejo uma cor, vejo uma nebulosa.
Penso que devemos trabalhar com aquilo que chamo de teatro essencial², ou seja, o essencial do teatro: o ator. Buscar com que a maior parte das marcações originem-se nas improvisações dos atores. Estimular a utilização do corpo e do gesto (ou enquanto gesto) dos atores no espaço e no tempo. A distribuição das pessoas no espaço. E, como o assunto é tragédia, como extrair “tragédia” do ator?
Penso que o público, na qualidade de participante da celebração, pode desempenhar algum determinado papel no espetáculo. Colocado como coro? Separar mulheres e homens como a Petit falou que faziam no Higyenie? Que papéis poderiam representar? Como serão recebidos? Envolvidos pela encenação? Como extrair tragédia do público? Com a participação efetiva?

Nenhum comentário:

Postar um comentário