quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

SOLOS TRÁGICOS - FIGURINISTAS


Acima, na foto, aparecem:
Coca Serpa, que na minha modesta fortuna opinião, é a mais importante figurinista de Porto Alegre. Se não acredita, dá uma olhada nos 39.100 resultados que o google tem para o seu nome. Dona de trocentos e sessenta e tantos Açorianos como figurinista, Coca tem, para mim, seu nome assiciado as produções da Cia. Stravaganza.
Francisco Macalão de Los Santos, ou Francisco de Los Santos, ex-Chico Perereca, (326 resultados), com sua doce filha Carmem no colo. Chico, além da amizade antiga, é meu parceiro um vários figurinos. Ele tem curso de moda e uma enorme experiência adquirida nos barracões carnavalescos do Salgueiro, e na criação e execução de vários figurinos para peças das Oficinas de Formação do Depósito de Teatro e espetáculos profissionais (?) do grupo, entre os quais DR. QS - QURIOZAS QOMÉDIAS, pelo qual recebeu o Açorianos de Melhor Figurino.
Pois, os dois embaracarão comigo na criação e customização de um figurinos para os solistas e para os diversos coros que aparecem na peça. As dificuldades são muitas. Afora as financeiras, acho que o maior problema está na definição exata de quem são estes sobreviventes?  Quem são os indivíduos que formam cada coro? Como vesti-los de maneira rápida, prática e artística?
Hoje fizemos nossa primeira reunião para troca geral de idéias. Tentei explicar alguns hiatos que ficaram a partir do ensaio que cada um viu. Cheio de dúvidas, me bombardearam de perguntas. Dei-lhes as respostas que tinha e prometi pensar nas que não tinha. Sábado nos veremos novamente. Espero saber mais algumas coisas.
Mais dois pontos para o projeto.

domingo, 20 de dezembro de 2009

SOLOS TRÁGICOS - TEMPORADA ÚNICA


As apresentações para o público iniciam a partir do dia 22 e seguem, diariamente, até o dia 31. Tudo indica que será uma temnporada única. Portanto, não deixe para ver depois. Isso já aconteceu com O BARÃO NAS ÁRVORES DA REDENÇÃO, que fez apenas 8 apresentações no Parque Farroupilha, e com O PAGADOR DE PROMESSAS que realizou o dobro na Igreja das Dores. HILDA HILST in CLAUSTRO fez 12 no Hospital São Pedro, e MEDUSA DE RAYBAN conseguiu fazer 24 no espaço que hoje é o Teatro Bourbon.
Os ingressos NÃO ESTÃO MAIS À VENDA, PORQUE A PEÇA SERÁ APRESENTADA GRATUITAMENTE.

SOLOS TRÁGICOS - A IDÉIA CENTRAL DO PROJETO


A idéia central que move o Projeto SOLOS TRÁGICO é uma pesquisa sobre a tragédia através dos tempos e como expressar o sentimento trágico para o público contemporâneo.
Na história que estamos criando, no universo para o qual estamos imaginando transportar o público, trabalhamos com a ficção de que aconteceu um acidente natural, um desastre ecológico, um terremoto, avalanche, algo do gênero, que atingiu o local onde se passa a peça. Com algumas pessoas nada aconteceu, e estas são as "pessoas" representadas pelos diversos coros da peça. Outras pessoas formam o grupo dos sobreviventes, aqueles que sofreram ferimentos, mais ou menos graves, mas a ponto de lhes causar alguma limitação física. Estes são os solistas. Existe um último grupo: aquele dos que morreram em tal desastre. Este papel está destinado ao público.
A peça começa com o instante seguinte uma catástrofe causada pela natureza, que é dos grandes temores da nossa época. Os atores surgem de escombros. Estão mutilados. Cada um deles sofreu uma perda física. E é assim, cada um com sua limitação física, que presentificarão seu solos, diante de uma montanha de mortos, e acossados por coros que podem ser visões da morte, que lhes escarnece as dores, que se compadece dos seus medos terríveis:  Deus está contra nós? Deus existe ainda?  Quanto se torna vã a vida humana diante de um poder destruidor tão grande? Percebamos a instantaneidade de nossa humana vida, nossa efemeridade. Reconheçamos nossa incapacidade de prever todos os momentos de nossas vidas. Quando fizermos isto, seremos forçados e rever uma série de valores herdados do século passado e aproveitar intensamente, dionisiacamente, nossas vidas. Acredito que a tragédia tem o poder de re-ligar os atores e os espectadores.  

COM O PÉ NA ESTRADA


Finalmente, depois de uma longa, burocrática e angustiante espera totalmente desnecessária, colocamos o pé no local onde vamos realizar o espetáculo. Quinta-feira, dia 17 de dezembro, véspera do ensaio aberto, realizamos nosso primeiro ensaio nesta área que aparece na foto. A área "pertence" ao Cais do Porto. Depois de uma breve exploração, delimitamos o espaço com pedras e "passamos" alguns solos.
Foi necessário solicitar a intervenção do próprio Secretário Municipal da Cultura, Sergius Gonzaga, para chegar a um acordo entre as partes. As partes, no momento são: o Cais do Porto "dono" do local; a Secretária da Cultura, que pode ser parceira neste nosso projeto de colocar teatro em locais alternativos, chamando atenção para os mesmos (ver depositodeteatro.blogspot.com); o Fórum Social Mundial, a quem o espaço está cedido para a realização do mesmo; o Gabinete do Vice-Prefeito José Fortunati, na pessoa da Sra. Isabel Bretanha, sua assessora direta, que são quem está concretamente trabalhando na organização do Forum junto com as diversas entidades que o compõem.
A partir de uma conversa telefônica entre o Secretário Sergius e o Sr. Ronaldo, diretor do Cais, o assunto começou a ser deslindado e todos chegaram a conclusão (cá entre nós, óbvia) que ter uns malucos fazendo uma peça de teatro ali poderia ser "um bom negócio" para todos e, principalmente, para a cidade de Porto Alegre, que afinal, é pra quem todos os envolvidos no assunto trabalham.
No nosso primeiro ensaio, o sol estava incandescente, mas a temperatura era amenizada por um ventinho refrescante que soprava continuamente. Havia sombra na "área de atuação" para favorecer aos atores. Bom augúrio dos Deuses. O elenco, me pareceu, sentiu-se impactado pelo local. Nem todos ficaram entusiasmados com o "espaço alternativo". Tive que insistir para começar a sequência de exercícios de aquecimento corporal e vocal. Mas depois que batemos uma bola jogando "passa-bola", todo mundo já estava dentro do ensaio. Ensaiamos quatro solos. Tentamos dar uma organizada nos coros. Dar sentido para as coisas. Pra mim o espaço é tremendamente inspirador e o primeiro ensaio ali foi amplamente proveitoso, tanto para perceber algumas dificuldades (vento contra, voz, presença do ator), quanto para vislumbrar as amplas possibilidades de "utilização" do local. Em janeiro, vamos ensaiar direto no local.
A foto é do Lutti Pereira.

PRIMEIRO ENSAIO ABERTO 3


Para nossa surpresa, além da Profa. Marta Isaacsson, orientadora do projeto, 16 pessoas compareceram ao ensaio aberto, que foi divulgado apenas pela internet e à boca pena entre amigos. Os amigos não foram, mas pessoas interessadas apareceram e se dispuseram a conversar sobre o que viram. O ensemble dos espectadores encontrou o ensemble dos atores ainda na fase de preparação, naquele momento em que o ator começa a "entrar no personagem". Desde o primeiro momento pareceram absorvidos pelo clima ja instaurado na sala. Realizamos os últimos preparativos. A ordem dos solos foi sorteada e começamos o ensaios aberto. A apresentação durou 75 minutos. Sete solos acompanhados de seus coros e das improvisações entre um solo e outro. Tudo ocorreu sem cenário, com a maioria dos atores vestindo roupa de trabalho ou apenas sugestões de figurinos, com uma iluminação branca sem maiores cuidados e com pedaços de trilha sonora que a gente vem utilizando nos ensaios. Mesmo assim, ao final, quando algumas pessoas da platéia manifestaram suas opiniões, deu pra perceber perceber que havíamos causado um impacto positivo. Em suas falas, os espectadores atingiram o cerne do trabalho: falar sobre efemeridade da vida humana. Particularmente, fiquei muito feliz com este primeiro ensaio aberto. 

PRIMEIRO ENSAIO ABERTO 2


A noite do nosso primeiro ensaio aberto começou como se fosse uma noite de ensaio qualquer. Seguimos nossa rotina de trabalho: um aquecimento corporal composto de uma série de alongamentos e uma série de exercícios de força; depois o aquecimento vocal baseado num conjunto de exercícios propostos pela nossa preparadora vocal Lígia Motta, e, finalmente, uma hora de trabalho de movimento corporal, com ou sem música, e exercícios de sensibilização, sendo que no último momento deste "aquecimento", tenta-se criar um clima especial que conduza o elenco diretamente de encontro as exigências dos seus papéis. Peço-lhes que se concentrem em imagens, textos, palavras, movimentos pesquisados anteriormente, objetos e elementos que utilizam, enfim todo um conjunto de coisas que chamamos de material, para que, aos poucos, aproximem-se dos seus personagens. Primeiro, apenas com o corpo, depois com a utilização de objetos.
As 21 horas, horário marcado para iniciar o ensaio aberto, sem avisa-los, fiz com que o público entrasse na sala e assistisse um pouco do trabalho preparatório, que a esta altura, já alcançara uma forte densidade e concentração. Passamos daí, direto para a apresentação dos sete solos que vêm sendo ensaiados. Foi uma surpresa para os atores. Mas eles rapidamente entraram no jogo e, corajosamente, escolheram a forma de sorteio para definir a ordem em que seriam apresentados os solos. E começamos.

PRIMEIRO ENSAIO ABERTO 1


Até este momento, pouquíssimas pessoas haviam tido a possibilidade de assistir o processo de criação do nosso trabalho. Fechados na SALA 402 da Usina do Gasômetro (depois de concluir que era impossível ensaiar nas salas do DAD), atual sede do Depósito de Teatro, fomos criando os solos e os coros que fazem parte da nossa peça.  Procuro colocar-me, durante os ensaios, no papel do espectador. Busco ser o que Grotowski chama de "espectador de profissão", para estabelecer um elo entre a criação do ator e, digamos, a compreensão da platéia. Até que ponto isso funciona? Até que ponto, por fazer parte do processo, não perco os parâmetros que me aproximam do olhar do público?
Por essas e outras coisas é que sou adepto do ensaio aberto, a chamada mostra de processo. Colocar o material, no ponto em que se encontra, em contato com o público, permiti, tanto ao diretor, quanto aos atores, reorientarem suas bússolas em direção a uma melhor comunicação com a platéia.
Assim, hoje teremos nosso primeiro ensaio aberto. A peça ainda está bastante crua. Não tem um começo, nem tem um fim. Os coros estão apenas esboçados. Os solos não possuem uma ordem definida, e nem podem ser considerados "prontos". Em tudo, ainda vigora um enorme espaço aberto à experimentação. Mas, mesmo assim, e apesar de tudo isso, vamos nos colocacr diante do público, buscando sentir como reagem ao material que lhes será apresentado.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

SOLOS TRÁGICOS - ENSAIO ABERTO




Está marcado e confirmado para dia 18 de dezembro, sexta-feira, 21 horas, o primeiro ensaio aberto dos SOLOS TRÁGICOS. Será uma sessão fechada para convidados e para aqueles que enviarem um e-mail para depositodeteatro@gmail.com solicitando uma senha gratuita. Será o primeiro teste do espetáculo, que ainda se encontra em processo de ensaio. É ainda o embrião de uma peça sem começo, sem meio e sem final. Mesmo assim acreditamos que é muito importante colocar desde já o processo em contato com o público.
Lembramos que vamos apresentar o espetáculo diariamente de 22 a 31 de janeiro, em temporada única e os ingressos estão à venda na Livraria Bamboletras. Antecipados com 50% de desconto.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

SOLOS TRÁGICOS - PREPARAÇÃO VOCAL


Bem à direita, de blusa verde, aparece em foto junto com todo o elenco, a fonoaudióloga LIGIA MOTTA, que está fazendo a preparação vocal do elenco da peça. Ligia, uma especialista da voz, que já trabalhou anteriormente com atores do Depósito de Teatro, volta para fornecer a este elenco recursos técnicos para a realização de um aquecimento vocal conjunto e propiciar um desempenho vocal a altura de um trabalho que será realizado ao ar-livre. Ela é Fonoaudióloga formada pela UFSM/RS, Especialista em Voz pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia, com formação no Método Lee Silvermann e Mestre e Doutoranda em Gerontologia Biomédica da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Tanto a necessidade de ampliar os recursos vocais do elenco, quanto o nome de Ligia Motta para executar a tarefa, foram sugeridos pela orientadora do projeto Profa. Marta Isaacsson. Mais um ponto para o projeto.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

SOLOS TRÁGICOS - TRILHA SONORA


A trilha sonora de Solos Trágicos vai ser composta especialmente para a peça. E mais: a trilha vai ser executada ao vivo durante todas as apresentações de nossa temporada única. Nada mais, nada menos, do que Arthur de Faria (à esquerda na foto) e Adolfo Almeida Jr serão os compositores e executantes. Nada como ter amigos do primeiro time. Sorry periferia, como dizia o cronista social Ibrahim Sued.