domingo, 25 de outubro de 2009

TEXTOS E PERSONAGENS DEFINIDOS


Estão praticamente definidos todos os textos que farão parte da peça. Falta apenas ler textos de alguns autores, tais como Strindberg, Kleist e Schiller. A seguir o listão dos confirmados: Ifigênia em Aulis, As Fenícias e Andrômaca, de Eurípedes; Ájax e Antígona, de Sófocles; Sete contra Tebas, de Ésquilo; Hamlet, Macbeth e Romeu & Julieta, de Willian Shakespeare; Tebaida, de Jean Racine, Woyzeck, de Georg Büchner; Edda Gable, de Henrik Ibsen; Senhora dos Afogados, de Nelson Rodrigues; Medeamaterial, Heiner Muller; e Cruzadas, Michel Azama.
Do texto As Moscas, de Jean-Paul Sartre, retiramos o texto que penso utilizar na abertura do espetáculo. Aí está:
"Vós, os esquecidos, os abandonados, os desencantados, vós que arrastais no rés do chão, na escuridão, como os gases de um vulcão, e que não tendes mais nada senão vosso rancor, vós os mortos, de pé, é vossa festa! Vinde, levantai da terra como um enorme vapor de enxofre empurrado pelo vento; levantai das entranhas do mundo, ó mortos cem vezes mortos, vós que cada batida de nosso coração faz morrer de novo, é pela cólera e a amargura e o espírito de vingança que vos invoco, vinde saciar vosso ódio sobre os vivos! Vinde, espalhai-vos em bruma por nossas ruas, colocai vossas legiões entre a mãe e a criança, entre o casal de amantes, fazei-nos ter pena de não estarmos mortos. De pé, vampiros, larvas, espectros, harpias, terror de nossas noites. De pé, soldados que morreram blasfemando, de pé, ó infelizes, ó humilhados, de pé, ó mortos de fome cujo grito de agonia foi uma maldição. Olhai, os vivos estão ali, gordas presas vivas! De pé, atirai-vos sobre eles em turbilhão e comei-os até os ossos! De pé! De pá! De pé!..."

(Ouve-se um tam-tam. Ele dança diante da caverna, a pricípio lentamente, pouco a pouco acelera, até cair extenuado.)

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