domingo, 25 de outubro de 2009

INTUIÇÃO AMORFA 1



Relendo o Ponto de Mudança de Peter Brook, por sugestão de minha orientadora, Profª Drª Marta Isaacsson, me deparo com a “intuição amorfa”, expressão com a qual ele designa um longo e escuro túnel que se forma diante do diretor quando ele começa a desenvolver um novo projeto teatral. Me considero filiado ao conceito de “intuição amorfa” conforme postulado por Peter Brook. Na verdade, já havia lido este livro e me senti imediatamente influenciado por suas idéias. Peter Brook, por sua genialidade e generosidade humana, é inspirador de muitas gerações de diretores.
Quando dirigi as peças do Plínio Marcos no Teatro de Arena minha primeira relação com as peças foi a imagem de uma chapa de compensado naval, aquelas chapas que se usam para fazer aqueles tapumes cor-de-rosa. Em O Pagador de Promessas foram as bandeirinhas vermelho e brancas. No Auto da Compadecida, eram as festas populares do Brasil com seu colorido mega estonteante.
Agora estou novamente diante de um novo projeto e me coloco o desafio de descobrir , junto com os atores, a criação de uma poética de encenação para uma pequena coleção de textos trágicos¹. Premissa básica: o compromisso de tocar emocionalmente o espectador ou, pelo menos, remeter-lhe a alguma questão importante para si mesmo e provocar-lhe uma reflexão.
Aí começa o túnel escuro. A intuição amorfa.

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