segunda-feira, 21 de junho de 2010

SOLOS NO PORTO ALEGRE EM CENA

Maravilha! No início da tarde de hoje seguindo o tweeter do Porto Alegre Em Cena, descobrimos que nosso espetáculo foi selecionado para participar do Festival. Não sem quem colocou a mensagem lá, mas estava escrito: "SOLOS TRÁGICOS - o grande espetáculo do Depósito de Teatro, um dos grupos mais significativos da cidade."  Só para ficar mais tranquilo, à noite entrei no site para confirmar, e lá estava mesmo nossa peça figurando entre os outros espetáculos escolhidos. Vai ser uma única apresentação no dia 9 de setembro no Teatro Renascença. Com exceção da Claúdia de Bem, nossa ilustre ilunminadora, que lamentavelmente não vai poder estar junto com a gente, estaremos com o time completo.  

quarta-feira, 9 de junho de 2010

A BANCA DE AVALIAÇÃO

FOTO: VILMAR CARVALHO, Elisa Heidrich

Acho que passei. Brincadeira... O trabalho foi aprovado e elogiado por meus avaliadores, Profa. Marta Isaacsson e o Prof. João Pedro Gil. Ambos gostaram dos resultados a que cheguei, no âmbito da direção, e dos pontos que atingimos, enquanto espetáculo. Leram atentamente meu extenso relatório e manifestaram suas concordâncias e discordâncias. Chamaram atenção para pontos positivos e levantaram pertinentes questões sobre fatores que poderiam ter sido melhor solucionados na prática, ou descrito, no caso do relatório. A Profa. Marta destacou o fato do processo ter realmente se desenvolvido como uma pesquisa, e não como apenas a montagem de mais uma peça. No final, congratulações gerais e a certeza acadêmica de que me formo no DAD no final deste semestre.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

SOLOS TRÁGICOS - RELATÓRIO FINAL

Como é difícil escrever... Depois de um mês pensando e mais dois e meio escrevendo, consegui terminar e entregar o relatório final no DAD. Como todos sabem este é meu trabalho de graduação no Departamento de Arte Dramática da UFRGS, Vou receber o título de bacharel em direção de teatral. Minha banca está marcada para a próxima segunda (7/6). Os professores Marta Isaacsson, minha orientadora, e João Pedro Gil é que irão analisar o processo que transcorreu sob minha direção. Os dois assistiram as uas versões da peça, na rua e no palco, e vão poder comentar tanto as diferenças quanto à qualidade das resoluções que tomei ao adaptar a peça para o palco. Vamos ver. Aguardem mais notícias. 

sábado, 29 de maio de 2010

SOLOS CÔMICOS EM GRAVATAÍ

Seria mesmo cômico se não se tratasse de uma tragédia. Seria mesmo cômico se não fosse trágico. No domingo terminou a temporada do Renascença e na quarta faríamos pela última vez o espetáculo, apresentando-nos no maravilhoso Teatro do SESC de Gravataí. Não poderia ter sido pior. Para suprir a falta de divulgação e/ou garantir público para uma tragédia, o pessoal do SESC usou a velha estratégia de convidar escolas. Foi horrível. Esta política já se mostrou desastrosa desde o DAC-SEC, antigo programa cultural que levava peças infantis para o interior do estado..
Mas, para não dizerem que estou cuspindo no prato que comi, pois o SESC foi uma das entidades que nos propiciaram fazer a temporada de janeiro com entrada franca para todos, vou ceder o espaço para uma senhora, natural de Gravataí, que estava presente na fatídica apresentação:
"Absurdo o comportamento do público jovem no Teatro do Sesc de Gravatai, nesta quarta feira. Alunos completamente despreparados para o que iriam assistir, sem nenhum referencial, nenhum interesse, desaproveitando oportunidade e perturbando a parte da platéia que tentava envolver-se no clima de uma peça cheia de citações, de subtextos, de referências. E de uma absoluta atualidade. Eram piadinhas, risadinhas, clima de lancheria de posto de gasolina em noite de sábado. HORROR.
O grave, a meu ver, é que isso me parece consequência de desatenção do pessoal encarregado da distribuição de ingressos. Não é assim que se formam platéias. Adolescentes não estão NATURALMENTE preparados para um espetáculo denso como o que iriam assistir. Um professor de sociologia, de história, de literatura, conhecendo pelo menos a sinopse da obra, conseguiria, sem dúvida, trabalhar esses alunos, levando-os a aproveitar o espetáculo e a elocubrar sobre o mundo. Pena, realmente uma pena, o desperdício da beleza visual, cênica, musical, textual, do trabalho.
Roberto Oliveira é sempre garantia de um teatro impactante e precioso. Nos menores detalhes, na luz, nos tempos, nos cenários, no trabalho dos atores.
Preciosa, a música ao vivo de Arthur de Faria e de Adolfo Almeida.
Perdeu, quem não sabia do espetáculo e não foi. Perderam os jovens, que, despreparados, foram em clima de Zorra Total. Realmente, uma pena... (Rosemary Kroeff de Faria Silva).

domingo, 23 de maio de 2010

TEMPORADA II - DOMINGO

Domingão. Nossa última apresentação. Hoje a peça é às 19 horas. Começamos no horário para uma platéia repleta de artistas. Cheia de jurados variados. Como disse minha amiga Adriane Azevedo, o nosso teatro estava lotado. 50 pessoas. Isso quer dizer que lotamos nos dois últimos dias. Se não fossem as negras laterais vazias...
Começou a peça a o "castelinho" não caiu. Não gostei. Achei mau sinal. Foi bobagem porque tudo saiu bem. A peça esteve mais uma vez correta, com momentos belíssimos. Com textos maravilhosos. Mas, parecia que estávamos sendo avaliados. E estávamos mesmo. Jurados do Açorianos. Curadores do Porto Alegre em Cena. Um dos avaliadores da minha banca. Parece que combinaram de ir todos juntos no último dia. 
A mesa de luz deu problema outra vez. Impossível trabalhar com um equipamento que tem mais de 15 anos de uso praticamente sem manutenção. Aliás, o Teatro Renascença me pareceu mais atirado, mais largado. Usei o teatro em abril de 2009 e voltei agora, maio de 2010. A diferença é notória. Não é só o problema da mesa de luz. Havia mais sujeira no palco e na platéia. Os camarins são muito bem limpos, mas o palco e a platéia não. É o melhor teatro de Porto Alegre e tem obrigação de oferecer as melhores condições técnicas para as produções que recebe e para o público que o frequenta.   

TEMPORADA II - SÁBADO

Foto do final do aquecimento. Elisa, Petit e Rodrigo. Desde ontem parece que conseguimos superar o difícil entendimento a respeito de um aquecimento em conjunto. A resistência foi enorme. Combinamos que no máximo meia hora antes do início da peça todos atores estariam no palco. Estes trinta minutos foram divididos em três tempos de dez minutos. No primeiro tempo o elenco deveria executar movimentos variados, com leveza, sem forçar a musculatura, mas soltando-a. Preparando o corpo para o trabalho. No segundo momento: sempre movendo o corpo, entrar em contato com os movimentos executados pelo personagem durante cada um dos solos. A intenção era dar mais acabamento e precisão aos movimentos e gestos dos atores. Pedaços de textos, experiências vocais, repetição de textos, também faziam parte deste momento. Os dez minutos finais reuniam músicos e atores numa improvisação livre. Movimento e música. Um trabalho para aquecer o conjunto.
Quanto a apresentação desta noite, senti que estava tudo correto mas a peça não cresceu, não conseguiu incendiar o teatro. Batemos nosso recorde de público: 60 pessoas. Tive que correr e liberar mais cadeiras. As laterais continuaram isoladas. A mesa do Renascença entrou em crise e deu problema. Passei um sufoco como operador substituto.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

TEMPORADA II - SEXTA

Nestes dias não pude fazer anotações. Estava com a responsabilidade de operar a luz do espetáculo. Tudo correu bem. as coisas aconteceram. Havia algum barulho nos bastidores. A peça continua linda, carregada de beleza trágica, que era uma dos itens da nossa pesquisa ao realizar o trabalho. Muitos artistas continuam aparecendo pra ver a peça. Também poderia dizer que muitos não têm vindo. E alguns Torcem o nariz. Normalíssimo. Algumas pessoas saem sensibilizadas e outras nem tanto. E outras, nada.E têm aqueles que não gostam. Normalíssimo. Toda unanimidade é burra já dizia o velho Flor-de-obsessão. Foi uma boa apresentação.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

TEMPORADA II - QUINTA

Foto: Fafa Souza
Sucesso total: 30 pessoas. Dez por cento da capacidade do Teatro Renascença. Se continuar assim, no domingo bateremos o recorde de público e vamos lotar a pequena platéia central que criamos no teatro ao isolar as platéias laterais e metade de platéia central. Onde está o público? Em casa vendo tv e comendo pipocas? O que está acontecendo com o teatro, esta arte jurássica em extinção? Formação de platéia e divulgação do teatro são duas coisas que deveriam ser atacadas de frente por qualquer proposta séria de política cultural. Mas, vivemos a cultura do evento. E disso não escapa nossa Secretaria Municipal da Cultura. E a Estadual só escapa porque não existe. Não faz nada em nenhum sentido mesmo. A ausência do público requer ações pontuais. Não será apenas com a limitada divulgação conseguida pelos grupos que vamos trazer gente para os teatros. É claro, que estou me referindo aqui às peças sem apelo comercial.  
Mesmo com a presença de apenas 30 pessoas, já se pode dizer que existia uma platéia. Isso permite que o evento teatral aconteça. A presença dos interlocutores, que mesmo em silêncio, sentados em suas poltronas, fazem a peça junto com os atores. Complementam o espetáculo. Simplesmente com a sua presença criam um clima benéfico para que a peça se afine e se desenvolva. E é isso que vem acontecendo a cada dia. Interpretações, música, luz, movimentação, tudo vai se encaixando. A própria peça parece que vai se fazendo diante e com a platéia. E continuamos em cartaz. Agora só restam 3 chances para ver Solos Trágicos.
SOLOS TRÁGICOS
Sexta e sábado - 21 horas
Domingo - 19 horas
Ingressos = 20 e 10 reais.

TEMPORADA II - QUARTA

Foto: Fafa Souza
Chegamos a quarta-feira. Dia perigoso. Meio da semana. É tido como um dia em que as pessoas não saem. Pois algumas sairam e foram assistir Solos Trágicos. Notei que a peça, já na temporada de janeiro foi assim, vem atraindo muitos artistas para a platéia. Acho isso bom. Sinal de que o teatro que faço interessa aos colegas assistir. Mesmo que seja para apontar defeitos, falhas, ou não gostar. Tem material pra discussão no bar. Difícil é trazer o pessoal do DAD. Na verdade, muitos foram em janeiro. Mas muitos de meus colegas dadianos não vieram ver a peça. Mesmo que seja para torcer o nariz como normalmente fazem. Esta noite operei a luz pela primeira vez. Fiquei muito nervoso. Cometi uns errinhos. Alguns imperceptíveis para a platéia. quase todos perceptíveis para os atores. A peça estava boa. As cenas se sucederam sem problema. e continuamos em cartaz.
ATENÇÃO PARA OS HORÁRIOS E PREÇOS:

SEXTAS E SÁBADOS - 21 HORAS - 20,00 E 10,00 REAIS
DOMINGOS - 19 HORAS - 20,00 E 10,00 REAIS
SEGUNDA, TERÇA, QUARTA E QUINTA - 20 HORAS - 10,00 E 5,00 REAIS
Classificação etária: 14 anos
Duração: 70 min
Estacionamento no local
Ambiente climatizado

TEMPORADA II - TERÇA


Foto: Fafa Souza.
Terça-feira de frio e chuva. Porto Alegre amanheceu cinza chumbo, molhada. A primeira coisa que pensei quando acordei e vi a cara do dia, foi que, se continuasse assim, ninguém iria ao teatro. E permaneceu. Esfriando e chovendo. Às 17 horas, tive que sair para o teatro. Nem eu, diretor da peça, tinha vontade de sair de casa. Imagine o público. Todos os atores tiveram a mesma intuição que eu. 
Pois, contrariando todos os prognósticos tinha público. Com a ajuda da chuva, que parou ao anoitecer, 23 pessoas sairam de casa para ir ao teatro, e escolheram a nossa peça para ver. Creio que todas voltaram para suas casas satisfeitas com o que viram. Tudo transcorreu bem. Percebi que o público não desviava sua atenção da peça. O espetáculo durou 1 hora e 15 minutos. Quatro minutos a mais do que vinhámos fazendo nas apresentações do SESC. A peça tem momentos impactantes, interpretações com alta carga dramática, e é carregada de momentos de grande teatralidade. Os textos são editados e ditos como enigmas que devem ser decifrados pela platéia. Continuamos em cartaz.
ATENÇÃO PARA OS HORÁRIOS E PREÇOS:

SEXTAS E SÁBADOS - 21 HORAS - 20,00 E 10,00 REAIS
DOMINGOS - 19 HORAS - 20,00 E 10,00 REAIS
SEGUNDA, TERÇA, QUARTA E QUINTA - 20 HORAS - 10,00 E 5,00 REAIS
Classificação etária: 14 anos
Duração: 70 min
Estacionamento no local
Ambiente climatizado

terça-feira, 18 de maio de 2010

TEMPORADA II - SEGUNDA


Como será hoje? Eles virão? Arredondando, chegamos todos na hora. Começamos nossa preparação. Todo trabalho que é feito todos os dias para que a peça aconteça da melhor maneira possível. Os atores maquiam-se, combinam coisas entre si, concentram-se, aquecem física e vocalmente. Todo o teatro é posto em movimentos. São 19h23. Começa o momento fatídico de esperar o público. Eles virão? Combinamos um aquecimento conjunto de meia hora que deve ser feito na meia hora que antecede o início da peça. Todos os dias tenho que lembrar aos atores a nossa combinação.Às vezes faço isso com calma, às tenho que ser mais veemente, mais ríspido. Ou mais grosso, como eles dizem. São 19h58. Eles virão? Vieram 23. Maravilha. Hoje a peça é que não foi tão boa. Estava cheia de pequenas falhas, pequenas ocorrências que não dão certo. A maioria delas, talvez, somente eu me aperceba. Talvez o público nem note. Mas, energeticamente as falhas estão presentes e atrapalham a concentração geral. E continuamos em cartaz. Abaixo as informações.
ATENÇÃO PARA OS HORÁRIOS E PREÇOS:
SEXTAS E SÁBADOS - 21 HORAS - 20,00 E 10,00 REAIS
DOMINGOS - 19 HORAS - 20,00 E 10,00 REAIS
SEGUNDA, TERÇA, QUARTA E QUINTA - 20 HORAS - 10,00 E 5,00 REAIS
Classificação etária: 14 anos
Duração: 70 min
Estacionamento no local
Ambiente climatizado

TEMPORADA II - DOMINGO

Cancelado. Apenas 4 pessoas se dignaram a comparecer. Um casal que comprou duas inteiras. Um rapaz que comprou meia. E um amigo que gaanhou um convite. No primeiro dia, sexta, fizemos a apresentação para três pessoas porque, para nós, era a chance de um bom e puxado ensaio geral. Adaptamos a peça de sua forma ao ar-livre para um palco italiano fechado por todos os lados. Foram 3 ensaios na Sala 402, depois 4 apresentações para o SESC, todas em palco italiano, 2 ensaios no Renascença, sendo que apenas um com luz. Fizemos para nós e presenteamos nossos três convidados. Mas, hoje a situação é diferente. Não posso exigir que 6 atores e 2 músicos, 8 pessoas, façam a peça para 4 pessoas. Artistas e platéia ficam constrangidos com taal situação. A química  não acontece. O teatro não se completa. Penso no espetáculo de ontem, assisto a improvisação dos atores e dos músicos (que o público pode assistir também), e não entendo porque o público não vem. Só a música do Arthur e do Adolfo, seu aquecimento, seus improvisos, sua trilha, já valeriaa o preço do ingresso... Que vazio que dá na gente. Quase 100 pessoas outra vez.
ATENÇÃO PARA OS HORÁRIOS E PREÇOS:

SEXTAS E SÁBADOS - 21 HORAS - 20,00 E 10,00 REAIS
DOMINGOS - 19 HORAS - 20,00 E 10,00 REAIS
SEGUNDA, TERÇA, QUARTA E QUINTA - 20 HORAS - 10,00 E 5,00 REAIS
Classificação etária: 14 anos
Duração: 70 min
Estacionamento no local
Ambiente climatizado

TEMPORADA II - SEGUNDO DIA

Contrariando a lenda teatral de que o segundo dia é o pior, fizemos uma apresentação primorosa neste sábado. Tudo parecia contribuir para uma excelente apresentação. Tudo funcionou. Luz, Música, Elenco... Tudo se funde naquilo que se chama espetáculo. Deu pra enxergar a peça. Vislumbrar o que ela pode ser. Estava particularmente linda e eficaz. A performance dos atores estava quente. Fiquei amplamente satisfeito. O público cresceu tremendamente: 14 pessoas. Pobres atores,. Haja reposição de energia. Mesmo com apenas 14 pessoas na platéia, é um daqueles dias que a gente sai recompensado do teatro, cheio de si, achando que perde quem não vier assistir. E continuamos em cartaz todas as noites até domingo, 23 de maio.
ATENÇÃO PARA OS HORÁRIOS E PREÇOS:

SEXTAS E SÁBADOS - 21 HORAS - 20,00 E 10,00 REAIS
DOMINGOS - 19 HORAS - 20,00 E 10,00 REAIS
SEGUNDA, TERÇA, QUARTA E QUINTA - 20 HORAS - 10,00 E 5,00 REAIS
Classificação etária: 14 anos
Duração: 70 min
Estacionamento no local
Ambiente climatizado

TEMPORADA II - QUASE 100 PESSOAS


Como sempre tragédia acaba em riso, acabamos rindo do fato de ter apenas 3 pessoas na reestréia dos Solos Trágicos. Três pessoas... Uma lástima que tenha que ser assim. Estamos no teatro errado. Estamos num teatro de 300 lugares. Isolamos as cadeiras laterais e metade das centrais porque achávamos que não viriam muitas pessoas. Mas, três pessoas... o público foi abaixo da mais pessimista expectativa. Fracasso total. Diz a lenda que este mal ataca muitos espetáculos em segunda temporada. Um motivo seria porque todo mundo que tinha interesse em assistir, já assistiu na primeira temporada. Outro: o espetáculo não recebe o mesmo espaço de divulgação na mídia, ou seja, na estréia recebe um destaque (?) que não recebe quando volta a cartaz, o que quer dizer que não recebe espaço nenhum. Realmente, uma lástima. A peça ficou linda no palco do Renascença. Foi possível fazer apenas dois ensaios, por causa das agendas dos atores e da agenda do teatro. Mesmo assim, a peça ganhou muito com as condições oferecidas pelo palco do Teatro Renascença.. Alguma coisa está fora da ordem, fora da nova ordem... Três pessoas. Todos sentiram o impacto negativo que isto significa, mas, como não se trata da primeira nem da última vez, que isso vai acontecer, inventamos uma piada para rir do trágico: divulgaríaamos pela internet, pra todo mundo que "um público de quase 100 pessoas..." Realmente, muito divertido.  Continuamos em cartaz até domingo, 23 de maio, todas as noites.
ATENÇÃO PARA OS HORÁRIOS E PREÇOS:

SEXTAS E SÁBADOS - 21 HORAS - 20,00 E 10,00 REAIS
DOMINGOS - 19 HORAS - 20,00 E 10,00 REAIS
SEGUNDA, TERÇA, QUARTA E QUINTA - 20 HORAS - 10,00 E 5,00 REAIS
Classificação etária: 14 anos
Duração: 70 min
Estacionamento no local
Ambiente climatizado

quarta-feira, 12 de maio de 2010

SEGUNDA TEMPORADA - TEATRO RENASCENÇA


Solos Trágicos está de volta em cartaz. Agora faremos dez apresentações seguidas no palco do Teatro Renascença. A peça ficou um pouco diferente. Quem viu no espaço ao ar-livre pode até ver novamente para comparar as duas versões. Impossível fazer novamente no espaço do Cais do Porto. Sem suporte, apoio, patrocínio, não tem como. A estrutura fica muito cara. Além disso, teríamos que nos deparar com o excesso de boa vontade e amor pela cultura dos administradores do Cais. Não tem como. Por isso, entramos no edital do Renascença e ganhamos uma temporada. Serão dez apresentações durante dez noites seguidas.
Continuamos acreditando que o momento é oportuno para uma proposta teatral ligada a pesquisa na área da tragédia clássica. O momento humano, a ambivalência, o perverso ritmo alucinado do tempo, a violência generalizada, a banalização de todos os sentimentos, a fúria dos castigos naturais, a miséria cultural/informatizada a que chegamos, parecem nos forçar a procurar respostas em antigas tradições, como se quiséssemos investigar onde foi que perdemos o fio da meada.
SOLOS TRÁGICOS é composto de trechos de tragédias de Ésquilo, Sófocles, Eurípedes, Willian Shakespeare, Sartre e Michel Azama. São seis “árias” teatrais que buscam exprimir o sentimento inspirado pelo assunto de cada obra.
No elenco estão Daniel Colin, Isandria Fermiano, Rodrigo Fiatt, Fernanda Petit, Elisa Heidrich e Lucas Sampaio.

ATENÇÃO PARA OS HORÁRIOS E PREÇOS:
SEXTAS E SÁBADOS - 21 HORAS - 20,00 E 10,00 REAIS
DOMINGOS - 19 HORAS - 20,00 E 10,00 REAIS
SEGUNDA, TERÇA, QUARTA E QUINTA - 20 HORAS - 10,00 E 5,00 REAIS
Classificação etária: 14 anos
Duração: 70 min
Estacionamento no local
Ambiente climatizado

domingo, 7 de fevereiro de 2010

SOLOS TRÁGICOS - FINAL DE TEMPORADA


EXORCISMO

Eu sei que eu precisava desse trabalho prá exorcizar os demônios que passamos juntos naquele velho Depósito de Teatro. Sinceramente, faço votos prá que um novo Depósito de Teatro nasça, porque tu e a tua história merecem!
Prá mim foi mais uma vez desafiador e engrandecedor trabalhar contigo. Apesar dos pontos negativos e dos momentos de "quase desistência", eu sempre aprendo muito convivendo contigo. Eu sempre digo que gosto de ser dirigido por ti porque realmente sinto que tu extrai de mim o que eu posso dar de melhor. E com o Solos Trágicos não foi diferente.
Valeu muito, velho!
Abraços com amor,
Dani

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

TRECHOS DO COMENTÁRIO DE RODRIGO MONTEIRO

(...) Não há dúvida: Porto Alegre é uma cidade bem servida de diretores teatrais. Mas, de fato, muitos precisam comer bem mais feijão para se aproximar de quem também se chama Modesto Fortuna. E, para que não se pense que o calor da hora ainda não passou e se reflete nessa consideração, explico: noto que, quando vou ver uma peça do diretor X, Y ou Z eu já sei o que vou ver. Já sei que vai ser uma peça tradicionalista, já sei que vai ser um espetáculo sem cenário, já sei que vai ter muitos vídeos, já sei que os atores vão gritar muito, já sei que vai ser uma produção muito cuidadosa, etc, etc... Como poucos, no entanto, Roberto Oliveira me dá duas certezas: já sei que vou ver algo que o diretor, até então, nunca fez e que, para ele, é um desafio. E tenho a certeza de que vou ver algo bom. “Solos Trágicos” é o exemplo da vez.
(...) Então, vem o coro e outros elementos surgem, muitas vezes, em direções opostas ao texto dito. O texto dito é só um texto pronunciado. Completamente descontextualizado, unido a outros textos e de outras partes da mesma história, e, ainda, acompanhado de personagens de outros tempos e luzes com outras propostas e uma trilha proposital (os músicos) e não proposital (os sons do ambiente) motivadora, sua força semântica se perde totalmente. Dele, das palavras ditas, fica quase sempre apenas o som. Convocação: O que esses personagens têm a ver com isso? O que esse ator está dizendo? Por que ele está assim vestido? Que barulho é esse? Olha aquela luz lá!!! Meldeuz, que imagem linda!
(...) Os rostos de quem recebe a peça me dizem muito: poucos parecem entender o que estão vendo, mas ninguém tira os olhos da cena em nenhum momento. (...) Em “Solos Trágicos”, me senti na platéia de Show Boat: você sabe que tem muita coisa ali, você sente que é algo muito bom, mas você não sabe o que é, você não domina, é alheio a você. Que raiva!
A motivação desse novo espetáculo do “Depósito de Teatro”, um dos grupos mais importantes da história do teatro gaúcho, é o constrangimento. Roberto Oliveira e sua equipe de produção desorganizam o público, nos deixam atônitos com tamanha carga sígnica, expressam na dramaturgia encenada a realidade vivida por quem não é Édipo, mas está em frente à Esfinge: ou responde, ou morre.
Em termos técnicos, pouco não deve ser elogiado na produção. O elenco é excelente, estando na surpreendente força de Fernanda Petit a concretização da força de Oliveira em fazer os músicos andarem com seus sons, em fazer a luz de Cláudia de Bem espalhar o espaço e aumentar o lugar, em motivar a concepção de figurinos que gritem tanto quanto e não menos do que qualquer outro elemento. As vozes dessa produção são, com apenas uma exceção, afinadas.
Para ler o comentário na íntegra acesse:
http://teatropoa.blogspot.com/2010/01/solos-tragicos.html

SOLOS, UMA PARÁBOLA - JÚLIO ZANOTTA VIEIRA

O teatro sempre está numa encruzilhada e são poucas as montagens que pegaram o caminho certo e menos ainda as que esperaram a meianoite para ver se conseguiam um encontro com o Cara. Um encontro destes é difícil, às vezes é preciso apostar a vida para conseguir uma hora na agenda do Maligno. Os grupos que apostaram e encontraram o Rei das Trevas ou foram varridos para o fundo dos oceanos ou obtiveram um salvo conduto para atravessar o Vale de Lágrimas. Os que afundaram no oceano, sumiram ou chegaram à praia transformados em espuma. Os que encararam a travessia do Vale de Lágrimas ou venderam seu corpo para chegar ao Outro Lado, ou venderam sua alma.
Cabem numa mão os espetáculos que chegaram ao Outro Lado.
Talvez tenham encontrado Dionísio e A Origem da Tragédia, talvez São João e o Apocalipse.
Vamos supor que apenas dois espetáculos chegaram ao Outro Lado.
Um vendeu sua alma e quando chegou era apenas um corpo descarnado. O outro vendeu seu corpo e quando chegou era apenas uma alma errante.
No Outro Lado eles começaram um diálogo, que foi mais o menos o seguinte:
CORPO DESCARNADO _ Oi, tudo bem.
ALMA ERRANTE _ Tudo bem, e aí?
CORPO DESCARNADO _ As coisas estão difíceis, né?
ALMA ERRANTE _ Já estiveram piores, lembra como era antes?
CORPO DESCARNADO _ Antes do que?
ALMA ERRANTE _ Antes de entrarmos nesta.
CORPO DESCARNADO _ Esta é a única coisa que faz sentido, a única coisa pela qual sou capaz de tudo.
ALMA ERRANTE _ Estou vendo. Ao chegar ao Vale te prostituístes...
CORPO DESCARNADO _ Não havia outro jeito de continuar... Mas muito pior foi tu, que traístes o que acreditavas.
ALMA ERRANTE _ Não é fácil atravessar o Vale de Lágrimas.
CORPO DESCARNADO _ A gente atravessa, mas a que preço!
ALMA ERRANTE _ Nem me diga, eu é que sei!
Nisto, eles saíram a um descampado onde havia uma árvore retorcida pelo vento e um amontoado de entulho. Havia ali uma galera tentando sobreviver, tentando dizer alguma coisa. Era um grupo de teatro.
CORPO DESCARNADO _ Veja. Eles estão interpretando um texto de Eurípedes. Mas não tem alma.
ALMA ERRANTE _ E agora, isto é Shakespeare. Mas falta corpo.
Havia um músico tocando fagote e outro na percussão. De um lado galpões abandonados, do outro uma Usina reciclada. Um ventinho frio vinha do rio. Ah! Então este grupo acha que é moleza?
O Corpo Descarnado se propôs ajudar.
CORPO DESCARNADO _ Vou emprestar pra eles meu corpo.
A Alma Errante também ficou a fim de dar uma força.
ALMA ERRANTE _ E eu vou emprestar pra eles minha alma.
Os dois se aproximaram e sentaram na arquibancada. Mas tiveram uma surpresa. Em cena, um Corpo Descarnado estava possuído por uma alma errante. E um coro de Almas Errantes formava um corpo descarnado.
Júlio Zanotta Vieira é dramaturgo.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

MOTIVOS PRA VER A PEÇA 4 - FOTOS BETHÂNIA DUTRA


Mais um motivo para ver a peça. De uma olhada no link abaixo. As fotos são de Bethânia Dutra.

MOTIVOS PRA VER A PEÇA 3 - FOTOS LUTTI PEREIRA

Para ver as fotos que o Lutti Pereira fez na estréia da peça é só acessar:

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

MOTIVOS PRA VER A PEÇA 2 - FOTOS MODESTO FORTUNA

Também o célebre fotógrafo Modesto Fortuna, famoso por suas fotos fora de foco, apareceu um dia desses e cliqou o espetáculo com sua Pentax. Para conferir acesse:

MOTIVOS PRA VER A PEÇA 1 - FOTOS KIRAN

O fotógrafo Kiran fez fotos belíssimas na  noite de estréia da peça. Quem quiser dar um olhada nas imagens do espetáculo pode acessar:  http://picasaweb.google.com.br/rober.s.oliver/SolosTragicosFotosKiran

SOLOS TRÁGICOS - SESSÕES EXTRAS

SOLOS TRÁGICOS FAZ SESSÃO EXTRA

PRA NÃO DEIXAR NINGUÉM DE FORA VAMOS FAZER DUAS SESSÕES NO SÁBADO (30/01) E NO DOMINGO (31/01).
SESSÃO NORMAL ÀS 21 HORAS E SESSÃO EXTRA À MEIA-NOITE. UMA SESSÃO MALDITA À BEIRA DO GUAÍBA "EXATAMENTE NA HORA DOS FEITIÇOS NOTURNOS, QUANDO OS CEMITÉRIOS BOCEJAM E O PRÓPRIO INFERNO SOLTA SEU SOPRO PESTILENCIAL SOBRE O MUNDO!". VALE À PENA. O LUGAR É MARAVILHOSO E A PEÇA TAMBÉM. A ENTRADA É GRATUITA. TEM ESTACIONAMENTO. TEM QUE TRAZER UM CASAQUINHO.  O PONTO DE ENCONTRO É NA USINA DO GASÔMETRO. A DURAÇÃO DA PEÇA É DE 1 HORA E 45 MINUTOS. A TEMPORADA É ÚNICA.

domingo, 24 de janeiro de 2010

SOLOS TRÁGICOS - FUNARTE


Essa foto é especial para o patrocinador. Solos Trágicos foi contemplado com o Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz, então como consta no regulamento colocamos dois banners na entrada do "teatro".

SOLOS TRÁGICOS - PROGRAMA


Esta é a parte interna do programa da peça com os nomes de todos os participantes da montagem e dos patrocinadores e apoiadores. 

NASCERAM OS SOLOS TRÁGICOS



Como estava previsto no nosso cronograma de trabalho, dia 22, sexta-feira, lua crescente, estreamos os Solos Trágicos. Com a presença atenta da minha querida orientadora, Profa. Marta Isaacsson, sentada na primeira fila, a peça estreou com aquela habitual sensação de nervosismo de toda equipe envolvida no projeto. Uma agradável excitação provocada pelo momento único em que a obra criada é apresentada ao público. Temores, inseguranças, expectativas. Tudo contribui para gerar uma espécie de descarga extra de adrenalina, principalmente nos atores. Nada que não possa ser controlado já nos primeiros da apresentação.
O público, formado por quase 100 pessoas, foi conduzido para o espaço. Pareciam também excitados. Estavam felizes e receptivos. O ineditismo da proposta e a beleza e encantamento do lugar provocavam na platéia um saudável frisson. Logo após a cena de abertura, realizada de surpresa no meio do caminho, acomodaram-se rapidamente nas arquibancadas. E a peça começou. Os sobreviventes começaram a destacar-se dos escombros. Fatos recentes, como por exemplo, o terremoto ocorrido no Haiti, facilitaram o acesso ao imaginário e aos sentimentos da platéia. Os solos foram transcorrendo um após o outro. Pequenos problemas eram solucionados pelos atores. O público parecia atento. Somente no terço final da peça pude notar um certo cansaço da platéia, provocado mais pelo desconforto dos assentos e pelo frio noturno da beira do Guaíba, do que pela sucessão de cenas trágicas do espetáculo.     
Quanto a mim, acho difícil definir minhas próprias sensações. Fico calmo porque não sou eu que estou em cena e sei que não tenho como interferir diretamente na peça. Sinto uma tremenda inquietude. É para mim bastante difícil ficar sentado assistindo o espetáculo. Levanto, caminho, a cabeça à mil, tentando antecipar situações e enviar mensagens telepáticas de alerta ao atores. Aflição. Será que o público está gostando? Será que estão atentos? O espetáculo consegue atingí-los?
Somente no final, ao ouvir o vigoroso aplauso do público, é que nos acalmamos e tomamos conhecimento de algumas respostas às nossas expectativas: eles pareceram ter aprovado o espetáculo. 

SOLOS TRÁGICOS - ENSAIOS ABERTOS


Na verdade, podemos dizer que a partir do momento que começamos a ensaiar no espaço, todos os ensaios eram abertos, e em alguns deles, aconteceu mesmo de juntar algumas pessoas. Mas, na quarta e quinta (20 e 21) anteriores a estréia realizamos mais dois ensaios abertos ao público. O primeiro ainda sem a iluminação e o segundo, mais completo, já com testes de luz. No ensaio de quarta ainda faltavam alguns elementos cênicos, e também não tinham chegado todos os figurinos. Foi um ensaio bastante técnico, onde os atores, além de manipular objetos e vestir figurinos pela primeira vez, buscavam memorizar as inevitáveis alterações de última hora. Muitos erros aconteceram. Todos proveitosos, já que nos ensaios que os erros devem acontecer. 
Na quinta tudo estava praticamente completo: figurinos, acessórios, iluminação, etc. Poucas coisas estavam faltando. Alguns objetos foram descartados pela direção e os atores tiveram que adaptar-se rapidamente as novas situações. Houveram também algumas modificações e adequações de cenas. Mais alguns erros surgiram. Tempos que se alongaram ocasionados pelas trocas de figurinos. Apareceram problemas que deveriam ser solucionados para a estréia marcada para a noite seguinte. 
Foto: Lutti Pereira.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

SOLOS TRÁGICOS COM ENTRADA FRANCA


Mudança de planos. Como o espetáculo está integrando a programação oficial do Fórum Social Mundial, todas as apresentações serão gratuitas. Para assistir a peça basta retirar uma senha que será distribuída a partir das 20h00 no andar térreo da Usina do Gasômetro. O espetáculo se apresenta de 22 a 31 de janeiro, todas as noites, às 21 horas. Tudo indica que será uma temporada única, portanto, quem curte uma boa tragédia, num espaço alternativo, agende-se pra não perder a oportunidade.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

SOLOS TRAGIKOS - CARTA NA MANGA


Somente agora, a apartir deste último final de semana, tivemos uma adesão maravilhosa ao Projeto: Elton Manganelli, pintor , escultor, cenógrafo, figurinista, ator, criador do Remendão, antigo amigo e colega de palco. Elton é formado em Artes Plásticas pelo Intituto de Artes da UFRGS. Ele se integra como aderecista e, com certeza, vai me dar uma força na ambientação cenográfica do espaço. Bem-vindo. Mais um grande ponto para o projeto.

SOLOS TRAGIKOS - RETA FINAL


Enquanto aguardamos ansiosamente o pessoal do Gabinete do Vice-Prefeito José Fortunati liberar definitivamente o espaço junto ao Cais do Porto, continuamos ensaiando. As cenas estão sendo finalizadas. Cada ator cuida do seu solo agora, exlorando detalhes da interpretação. Os figurinos estão chegando. Alguns adereços substituem aqueles objetos que eram uitilizados apenas para fins de ensaios. Faltam poucos dias para a estréia e não conseguimos a liberação para entrar com o material do cenário. A burocracia sempre emperra os caminhos da arte, ainda mais quando combinada com a mesquinharia das disputas políticas e picuinhas entre administradores que se acham proprietários dos espaços públicos que administram.

SOLOS TRÁGICOS - ILUMINADORA


Mais uma pra engrossar o time dos Solos Trágicos. Ela é uma colecionadora de Açorianos e outros prêmios. Claúdia de Bem, diretora, iluminadora, atriz e produtora.  Uma das mais importantes e conceituadas iluminadoras da cidade e do país. Já iluminou peças de: Luciano Alabarse, Décio Antunes, Biño Sawitzvy, Roberto Oliveira, Nelson Diniz, Luiz Paulo Vasconcellos, Gerald Thomas(RJ), Celina Sodré(RJ), Christiane JatahY(RJ), Bruno Furlanett(RJ) e o cenógrafo português José Manoel Castanheira (Lisboa). No circuito nacional e internacional da música, tem trabalhado com artistas como Cida Moreira, Ná Ozzetti, Tom Zé, José Miguel Wisnick, Hamilton de Holanda, Bebeto Alves, Monica Tomasi, Nelson Coelho de Castro, Angela Diel, Adriana Defentti, Ute Lemper entre outros. Durante anos trabalhou como assistente do designer de luz carioca Wagner Pinto.
Querem mais? Claúdia foi responsável pelo desenho de luz do Projeto Estacion Brasil no Festival de Outono de Madrid e Buenos Aires e Noites Brasileiras, em Buenos Aires, 2003 e 2004.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

SOLOS TRÁGICOS - FIGURINISTAS


Acima, na foto, aparecem:
Coca Serpa, que na minha modesta fortuna opinião, é a mais importante figurinista de Porto Alegre. Se não acredita, dá uma olhada nos 39.100 resultados que o google tem para o seu nome. Dona de trocentos e sessenta e tantos Açorianos como figurinista, Coca tem, para mim, seu nome assiciado as produções da Cia. Stravaganza.
Francisco Macalão de Los Santos, ou Francisco de Los Santos, ex-Chico Perereca, (326 resultados), com sua doce filha Carmem no colo. Chico, além da amizade antiga, é meu parceiro um vários figurinos. Ele tem curso de moda e uma enorme experiência adquirida nos barracões carnavalescos do Salgueiro, e na criação e execução de vários figurinos para peças das Oficinas de Formação do Depósito de Teatro e espetáculos profissionais (?) do grupo, entre os quais DR. QS - QURIOZAS QOMÉDIAS, pelo qual recebeu o Açorianos de Melhor Figurino.
Pois, os dois embaracarão comigo na criação e customização de um figurinos para os solistas e para os diversos coros que aparecem na peça. As dificuldades são muitas. Afora as financeiras, acho que o maior problema está na definição exata de quem são estes sobreviventes?  Quem são os indivíduos que formam cada coro? Como vesti-los de maneira rápida, prática e artística?
Hoje fizemos nossa primeira reunião para troca geral de idéias. Tentei explicar alguns hiatos que ficaram a partir do ensaio que cada um viu. Cheio de dúvidas, me bombardearam de perguntas. Dei-lhes as respostas que tinha e prometi pensar nas que não tinha. Sábado nos veremos novamente. Espero saber mais algumas coisas.
Mais dois pontos para o projeto.

domingo, 20 de dezembro de 2009

SOLOS TRÁGICOS - TEMPORADA ÚNICA


As apresentações para o público iniciam a partir do dia 22 e seguem, diariamente, até o dia 31. Tudo indica que será uma temnporada única. Portanto, não deixe para ver depois. Isso já aconteceu com O BARÃO NAS ÁRVORES DA REDENÇÃO, que fez apenas 8 apresentações no Parque Farroupilha, e com O PAGADOR DE PROMESSAS que realizou o dobro na Igreja das Dores. HILDA HILST in CLAUSTRO fez 12 no Hospital São Pedro, e MEDUSA DE RAYBAN conseguiu fazer 24 no espaço que hoje é o Teatro Bourbon.
Os ingressos NÃO ESTÃO MAIS À VENDA, PORQUE A PEÇA SERÁ APRESENTADA GRATUITAMENTE.

SOLOS TRÁGICOS - A IDÉIA CENTRAL DO PROJETO


A idéia central que move o Projeto SOLOS TRÁGICO é uma pesquisa sobre a tragédia através dos tempos e como expressar o sentimento trágico para o público contemporâneo.
Na história que estamos criando, no universo para o qual estamos imaginando transportar o público, trabalhamos com a ficção de que aconteceu um acidente natural, um desastre ecológico, um terremoto, avalanche, algo do gênero, que atingiu o local onde se passa a peça. Com algumas pessoas nada aconteceu, e estas são as "pessoas" representadas pelos diversos coros da peça. Outras pessoas formam o grupo dos sobreviventes, aqueles que sofreram ferimentos, mais ou menos graves, mas a ponto de lhes causar alguma limitação física. Estes são os solistas. Existe um último grupo: aquele dos que morreram em tal desastre. Este papel está destinado ao público.
A peça começa com o instante seguinte uma catástrofe causada pela natureza, que é dos grandes temores da nossa época. Os atores surgem de escombros. Estão mutilados. Cada um deles sofreu uma perda física. E é assim, cada um com sua limitação física, que presentificarão seu solos, diante de uma montanha de mortos, e acossados por coros que podem ser visões da morte, que lhes escarnece as dores, que se compadece dos seus medos terríveis:  Deus está contra nós? Deus existe ainda?  Quanto se torna vã a vida humana diante de um poder destruidor tão grande? Percebamos a instantaneidade de nossa humana vida, nossa efemeridade. Reconheçamos nossa incapacidade de prever todos os momentos de nossas vidas. Quando fizermos isto, seremos forçados e rever uma série de valores herdados do século passado e aproveitar intensamente, dionisiacamente, nossas vidas. Acredito que a tragédia tem o poder de re-ligar os atores e os espectadores.  

COM O PÉ NA ESTRADA


Finalmente, depois de uma longa, burocrática e angustiante espera totalmente desnecessária, colocamos o pé no local onde vamos realizar o espetáculo. Quinta-feira, dia 17 de dezembro, véspera do ensaio aberto, realizamos nosso primeiro ensaio nesta área que aparece na foto. A área "pertence" ao Cais do Porto. Depois de uma breve exploração, delimitamos o espaço com pedras e "passamos" alguns solos.
Foi necessário solicitar a intervenção do próprio Secretário Municipal da Cultura, Sergius Gonzaga, para chegar a um acordo entre as partes. As partes, no momento são: o Cais do Porto "dono" do local; a Secretária da Cultura, que pode ser parceira neste nosso projeto de colocar teatro em locais alternativos, chamando atenção para os mesmos (ver depositodeteatro.blogspot.com); o Fórum Social Mundial, a quem o espaço está cedido para a realização do mesmo; o Gabinete do Vice-Prefeito José Fortunati, na pessoa da Sra. Isabel Bretanha, sua assessora direta, que são quem está concretamente trabalhando na organização do Forum junto com as diversas entidades que o compõem.
A partir de uma conversa telefônica entre o Secretário Sergius e o Sr. Ronaldo, diretor do Cais, o assunto começou a ser deslindado e todos chegaram a conclusão (cá entre nós, óbvia) que ter uns malucos fazendo uma peça de teatro ali poderia ser "um bom negócio" para todos e, principalmente, para a cidade de Porto Alegre, que afinal, é pra quem todos os envolvidos no assunto trabalham.
No nosso primeiro ensaio, o sol estava incandescente, mas a temperatura era amenizada por um ventinho refrescante que soprava continuamente. Havia sombra na "área de atuação" para favorecer aos atores. Bom augúrio dos Deuses. O elenco, me pareceu, sentiu-se impactado pelo local. Nem todos ficaram entusiasmados com o "espaço alternativo". Tive que insistir para começar a sequência de exercícios de aquecimento corporal e vocal. Mas depois que batemos uma bola jogando "passa-bola", todo mundo já estava dentro do ensaio. Ensaiamos quatro solos. Tentamos dar uma organizada nos coros. Dar sentido para as coisas. Pra mim o espaço é tremendamente inspirador e o primeiro ensaio ali foi amplamente proveitoso, tanto para perceber algumas dificuldades (vento contra, voz, presença do ator), quanto para vislumbrar as amplas possibilidades de "utilização" do local. Em janeiro, vamos ensaiar direto no local.
A foto é do Lutti Pereira.

PRIMEIRO ENSAIO ABERTO 3


Para nossa surpresa, além da Profa. Marta Isaacsson, orientadora do projeto, 16 pessoas compareceram ao ensaio aberto, que foi divulgado apenas pela internet e à boca pena entre amigos. Os amigos não foram, mas pessoas interessadas apareceram e se dispuseram a conversar sobre o que viram. O ensemble dos espectadores encontrou o ensemble dos atores ainda na fase de preparação, naquele momento em que o ator começa a "entrar no personagem". Desde o primeiro momento pareceram absorvidos pelo clima ja instaurado na sala. Realizamos os últimos preparativos. A ordem dos solos foi sorteada e começamos o ensaios aberto. A apresentação durou 75 minutos. Sete solos acompanhados de seus coros e das improvisações entre um solo e outro. Tudo ocorreu sem cenário, com a maioria dos atores vestindo roupa de trabalho ou apenas sugestões de figurinos, com uma iluminação branca sem maiores cuidados e com pedaços de trilha sonora que a gente vem utilizando nos ensaios. Mesmo assim, ao final, quando algumas pessoas da platéia manifestaram suas opiniões, deu pra perceber perceber que havíamos causado um impacto positivo. Em suas falas, os espectadores atingiram o cerne do trabalho: falar sobre efemeridade da vida humana. Particularmente, fiquei muito feliz com este primeiro ensaio aberto. 

PRIMEIRO ENSAIO ABERTO 2


A noite do nosso primeiro ensaio aberto começou como se fosse uma noite de ensaio qualquer. Seguimos nossa rotina de trabalho: um aquecimento corporal composto de uma série de alongamentos e uma série de exercícios de força; depois o aquecimento vocal baseado num conjunto de exercícios propostos pela nossa preparadora vocal Lígia Motta, e, finalmente, uma hora de trabalho de movimento corporal, com ou sem música, e exercícios de sensibilização, sendo que no último momento deste "aquecimento", tenta-se criar um clima especial que conduza o elenco diretamente de encontro as exigências dos seus papéis. Peço-lhes que se concentrem em imagens, textos, palavras, movimentos pesquisados anteriormente, objetos e elementos que utilizam, enfim todo um conjunto de coisas que chamamos de material, para que, aos poucos, aproximem-se dos seus personagens. Primeiro, apenas com o corpo, depois com a utilização de objetos.
As 21 horas, horário marcado para iniciar o ensaio aberto, sem avisa-los, fiz com que o público entrasse na sala e assistisse um pouco do trabalho preparatório, que a esta altura, já alcançara uma forte densidade e concentração. Passamos daí, direto para a apresentação dos sete solos que vêm sendo ensaiados. Foi uma surpresa para os atores. Mas eles rapidamente entraram no jogo e, corajosamente, escolheram a forma de sorteio para definir a ordem em que seriam apresentados os solos. E começamos.

PRIMEIRO ENSAIO ABERTO 1


Até este momento, pouquíssimas pessoas haviam tido a possibilidade de assistir o processo de criação do nosso trabalho. Fechados na SALA 402 da Usina do Gasômetro (depois de concluir que era impossível ensaiar nas salas do DAD), atual sede do Depósito de Teatro, fomos criando os solos e os coros que fazem parte da nossa peça.  Procuro colocar-me, durante os ensaios, no papel do espectador. Busco ser o que Grotowski chama de "espectador de profissão", para estabelecer um elo entre a criação do ator e, digamos, a compreensão da platéia. Até que ponto isso funciona? Até que ponto, por fazer parte do processo, não perco os parâmetros que me aproximam do olhar do público?
Por essas e outras coisas é que sou adepto do ensaio aberto, a chamada mostra de processo. Colocar o material, no ponto em que se encontra, em contato com o público, permiti, tanto ao diretor, quanto aos atores, reorientarem suas bússolas em direção a uma melhor comunicação com a platéia.
Assim, hoje teremos nosso primeiro ensaio aberto. A peça ainda está bastante crua. Não tem um começo, nem tem um fim. Os coros estão apenas esboçados. Os solos não possuem uma ordem definida, e nem podem ser considerados "prontos". Em tudo, ainda vigora um enorme espaço aberto à experimentação. Mas, mesmo assim, e apesar de tudo isso, vamos nos colocacr diante do público, buscando sentir como reagem ao material que lhes será apresentado.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

SOLOS TRÁGICOS - ENSAIO ABERTO




Está marcado e confirmado para dia 18 de dezembro, sexta-feira, 21 horas, o primeiro ensaio aberto dos SOLOS TRÁGICOS. Será uma sessão fechada para convidados e para aqueles que enviarem um e-mail para depositodeteatro@gmail.com solicitando uma senha gratuita. Será o primeiro teste do espetáculo, que ainda se encontra em processo de ensaio. É ainda o embrião de uma peça sem começo, sem meio e sem final. Mesmo assim acreditamos que é muito importante colocar desde já o processo em contato com o público.
Lembramos que vamos apresentar o espetáculo diariamente de 22 a 31 de janeiro, em temporada única e os ingressos estão à venda na Livraria Bamboletras. Antecipados com 50% de desconto.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

SOLOS TRÁGICOS - PREPARAÇÃO VOCAL


Bem à direita, de blusa verde, aparece em foto junto com todo o elenco, a fonoaudióloga LIGIA MOTTA, que está fazendo a preparação vocal do elenco da peça. Ligia, uma especialista da voz, que já trabalhou anteriormente com atores do Depósito de Teatro, volta para fornecer a este elenco recursos técnicos para a realização de um aquecimento vocal conjunto e propiciar um desempenho vocal a altura de um trabalho que será realizado ao ar-livre. Ela é Fonoaudióloga formada pela UFSM/RS, Especialista em Voz pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia, com formação no Método Lee Silvermann e Mestre e Doutoranda em Gerontologia Biomédica da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Tanto a necessidade de ampliar os recursos vocais do elenco, quanto o nome de Ligia Motta para executar a tarefa, foram sugeridos pela orientadora do projeto Profa. Marta Isaacsson. Mais um ponto para o projeto.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

SOLOS TRÁGICOS - TRILHA SONORA


A trilha sonora de Solos Trágicos vai ser composta especialmente para a peça. E mais: a trilha vai ser executada ao vivo durante todas as apresentações de nossa temporada única. Nada mais, nada menos, do que Arthur de Faria (à esquerda na foto) e Adolfo Almeida Jr serão os compositores e executantes. Nada como ter amigos do primeiro time. Sorry periferia, como dizia o cronista social Ibrahim Sued.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

SOLOS TRÁGICOS - JUSTIFICATIVA 2



Encarando de frente o propósito de responder qual o sentido da tragédia na contemporaneidade, e acreditando que em seu sentido existencial o discurso trágico é sempre atual, comecei a procurar que sentimento nos une, já que Nietzsche, já no século XIX, decretou a morte de Deus. Instado por minha orientadora, passei a buscar uma resposta para a uma questão mais especifica: qual o grande mal que nos aflige? Qual seria o maior temor instaurado em nossos inconscientes pós-modernos, tendo vista a desagregação religiosa? Qual seria a possibilidade de ruptura que mais mexe com a nossa insegurança? Se na antiguidade grega temíamos os deuses, o que tememos agora?

Algumas respostas se impõem. Tememos as guerras. Tememos as ações terroristas. Tememos as balas perdidas e os ataques dos traficantes. Tememos mais que tudo a possibilidade de enfrentar a morte. Tememos a fatalidade, tudo aquilo que não podemos controlar. Tememos cada vez mais a natureza. E acima de tudo, tememos nossa própria condição efêmera.
Um dos oito atores envolvido nesta pesquisa, Marcelo Adams, me apresentou duas obras de dois diferentes autores que caíram como uma luva para dar sustentação teórica ao projeto. Trata-se de “A Violência e o Sagrado” de René Girard, e “O Instante Eterno”, de Michel Maffesoli. Ambos franceses, o primeiro, antropólogo e pensador, o segundo, professor de Sociologia. Girard traça um original estudo da violência, da vingança e do sacrifício. Maffesoli defende a tese de que existe uma aproximação, um retorno do trágico em nossas sociedades contemporâneas.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

DESABAFO CONTRA A UFRGS


As opções de salas para ensaio que o DAD/UFRGS oferece é a pior possível. Além, dos congestionamentos ocasionados pela demanda de trabalhos de alunos, têm-se para trabalhar salas pequenas, sem som, sujas e mal cheirosas. A iluminação ambiente das salas é a pior possível. Como disse um colega: "iluminação de açougue". Luminárias de lâmpadas fluorescentes é a única opção. Lâmpadas com dimer de potência nem pensar. O barulho, ou melhor, os barulhos, que fazemos para os outros e com que os outros nos bombardeiam, vão e vêm de todos os lados. Não existe concentração que resista. Nem a Usina consegue ser pior que o DAD. Trabalhei durante dez anos de maneira independente e mantive espaços muito melhores de trabalhar do que a melhor das salas do DAD/UFRGS.
A porta que aparece na foto, não é uma porta, é um buraco entre uma sala e outra. Às vezes o buraco é fechado com um tapume qualquer que teima em cair sobre os atores. Às vezes fica assim, aberto, e o trabalho que acontece numa sala interfere diretamente naquilo que se passa na outra. Uma vergonha.
A UFRGS, que dá tanta importância à cultura quando lembra de arrecadar dinheiro através de leis de incentivo para recuperar seus valiosos prédios antigos, é a mesma que esquece da cultura quando se trata de destinar verbas para melhorar as condições de trabalho dos alunos do seu miserável curso de teatro.

domingo, 1 de novembro de 2009

SOLOS TRÁGICOS - O ESPAÇO



Comecei o trabalho pensando em realizar a peça para palco italiano. O Teatro Renascença, por exemplo, que é o melhor teatro que eu posso almejar. Mas, a partir de conversas com os atores, eles manifestaram a vontade de apresentar o espetáculo num espaço alternativo. Também, de acordo com a concepção que vem se formando no grupo, tudo aponta para a utilização de um espaço não-convencional. Para mim não se trata de novidade. Aí, fui olhar o lugar que aparece na foto, e que foi sugerido pela Petit. Lindo lugar! Fica ao lado da Usina do Gasômetro. Realmente, o espaço oferece amplas possibilidades para o espetáculo, além de ser um lugar encantador. Como o lugar "pertence" ao Cais do Porto, o primeiro passo será convencê-los a nos emprestar o espaço para a realização da peça. Em "O Pagador de Promessas" tivemos que ir ao Bispo para conseguir a Igreja das Dores. E agora? Bem, de qualquer maneira, o lugar é isolado e sem nenhuma utilização. Não vejo porque poderiam negar a autorização. Mas... nunca se sabe. Esperemos a resposta enquanto nos preparamos para a aventura.

SOLOS TRÁGICOS - PREPARAÇÃO CORPORAL



A professora Marta Isaacsson, orientadora deste projeto, chamou minha atenção para o fato de que necessitávamos de um trabalho de preparação corporal, visto que a disparidade de procedimentos e conhecimentos entre os atores era notória.
De fato, desde o início do projeto eu havia pensado nisso, tanto que procuramos a professora Inês Marocco e a convidamos para participar do projeto ensinando-nos técnicas corporais que unificassem nossos saberes em relação ao corpo do ator e a própria tragédia. Mas, mesmo sendo professora do DAD, ela cobrou um preço muito alto e, dessa maneira, inviabilizou a realização do trabalho.
Fomos atrás de outros nomes que estivessem mais dispostos a colaborar com o processo. Conversamos com Jezebel de Carli e com Tatiana Cardoso, mas as duas estavam cheias de compromisso.
Chegamos, então, ao professor Carlos Gontijo. Mineiro, oriundo da Unicamp, atualmente dando aulas no DAD/UFRGS. Conversamos brevemente sobre o projeto e sobre seus interesses pessoais em teatro. Ele me falou que pesquisava sobre tragédia e que já havia trabalhado com o assunto. Percebi que ele tinha material para nos auxiliar na busca do corpo trágico. Mostrou-se logo acessível e interessado. Negócio fechado: eis o nosso preparador corporal.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

SOLOS TRÁGICOS - JUSTIFICATIVA 1


Antes de me perguntar como encenar um texto trágico, me perguntei por que encenar uma tragédia nos dias de hoje?
George Steiner decretou em A Morte da Tragédia que, por ser a tragédia uma forma de arte que “requer o peso intolerável de Deus”, é que “ela agora está morta porque Sua sombra não incide mais sobre nós como incidia sobre Agamêmnom ou Macbeth ou Atália.” No entanto, o Professor Gilson Motta, em seu ensaio A Encenação da Tragédia Grega e do Trágico na Cena Brasileira Contemporânea, acredita que “o século XX propiciou um retorno do trágico e da tragédia”, e contabiliza em seu artigo trinta e duas encenações de tragédias, no período entre 1994 e 2004, levando em consideração apenas encenações do Rio, São Paulo e Belo Horizonte. Assim, mesmo “morta” percebe-se que a tragédia continua em cena. O professor Motta coloca que a “a tragédia é um tema privilegiado quando se trata de estabelecer uma relação entre a reflexão estético-filosófica e o teatro.”

SOLOS TRÁGICOS - A ORIENTADORA


A orientadora do projeto é a Profa. Dra. Marta Isaacsson de Souza e Silva. A seguir, só pra constar, um breve currículo:  possui Bacharelado Em Artes Cênicas Habilitação Em Direção pela UFRGS (1985), mestrado em Études Théâtrales - Universite de Paris III (Sorbonne-Nouvelle) (1989) e doutorado em Études Théâtrales - Universite de Paris III (Sorbonne-Nouvelle) (1991), com tese sobre Stanislavski e Grotowski, sob a orientação de Jean-Pierre Ryngaert. Professor Associado da UFRGS, atuando no setor de Direção Teatral e de Teorias da Atuação do Departamento de Arte Dramática. Atualmente é Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas/UFRGS, onde participa da linha de pesquisa Processos de Criação Cênica. Bolsista Produtividade em Pesquisa CNPq.

domingo, 25 de outubro de 2009

CAMINHOS APONTADOS PELOS ENSAIOS 2



Hoje, domingo, 25 de outubro, completamos três semanas de ensaios. Na verdade, aconteceram 12 encontros completos. Ficamos um dia sem ensaiar porque três atores tinham outros compromissos de trabalho. Gastamos um dia conversando sobre inseguranças em geral. Usamos um encontro para nos encontrar e ler textos e definir, juntos, obras, personagens e papéis. Destes 12, usamos 4 para assistir filmes, ler e discutir teoricamente o assunto numa tentativa de sintonizar nossos saberes e aproximar nossos conhecimentos sobre o assunto.
Então, foram, na ponta do lápis, 6 ensaios. Estamos ainda buscando começar na hora. Estamos, também, estabelecendo uma rotina de exercícios de aquecimento corporal comum ao elenco. Já temos alguns “favoritos”, mas ainda não chegamos numa seqüência ideal.
Nestes 6 dias, empreendemos uma primeira aproximação aos personagens. Com a definição de alguns papéis, foi possível experimentar corporalmente e utilizando fragmentos de textos, tanto as árias dos solistas, quanto as possibilidades do coro. Tentamos trabalhar um coro de mortos. Mais uma vez os corpos que se transformam em atores que se transformam em personagens diante dos olhos do público e mesmo assim conseguem enfeitiça-lo, domina-lo, perturba-lo com um sentimento fortemente embebido nas águas do trágico.
Estamos indo bem.

CAMINHOS APONTADOS PELOS ENSAIOS 1


Não tem sido possível escrever todos os dias sobre os ensaios. Escrevi no blog algumas coisas que quando as li novamente achei que eram um tanto superficiais. Foi fundamental aprofundar certos conceitos, pensamentos e idéias com a Profª Marta. Ela tem um pensamento rápido e agudo e uma conexão fantástica com a capacidade de colocar isso em palavras. Chegamos ao final da segunda semana de ensaios. Creio que os avanços são tímidos tanto do lado de cá, quanto de lá. A insegurança causada pelas indefinições do projeto e do diretor contamina o elenco e reclama urgentes definições, o caminho das pedras. Somente agora temos o elenco completo. Com a entrada do Daniel Colin finalmente temos os quatros homens.
Tenho tentado resgatar os exercícios e procedimentos que tenho utilizado mais frequentemente, desde 2004. Assim, o exercício que chamo de Siga o Chefe (em suas modalidades) vem sendo largamente utilizado. Com a repetição, os atores vão ficando mais livres dentro do exercício, e os resultados alcançados crescem de padrão.