domingo, 20 de dezembro de 2009

PRIMEIRO ENSAIO ABERTO 1


Até este momento, pouquíssimas pessoas haviam tido a possibilidade de assistir o processo de criação do nosso trabalho. Fechados na SALA 402 da Usina do Gasômetro (depois de concluir que era impossível ensaiar nas salas do DAD), atual sede do Depósito de Teatro, fomos criando os solos e os coros que fazem parte da nossa peça.  Procuro colocar-me, durante os ensaios, no papel do espectador. Busco ser o que Grotowski chama de "espectador de profissão", para estabelecer um elo entre a criação do ator e, digamos, a compreensão da platéia. Até que ponto isso funciona? Até que ponto, por fazer parte do processo, não perco os parâmetros que me aproximam do olhar do público?
Por essas e outras coisas é que sou adepto do ensaio aberto, a chamada mostra de processo. Colocar o material, no ponto em que se encontra, em contato com o público, permiti, tanto ao diretor, quanto aos atores, reorientarem suas bússolas em direção a uma melhor comunicação com a platéia.
Assim, hoje teremos nosso primeiro ensaio aberto. A peça ainda está bastante crua. Não tem um começo, nem tem um fim. Os coros estão apenas esboçados. Os solos não possuem uma ordem definida, e nem podem ser considerados "prontos". Em tudo, ainda vigora um enorme espaço aberto à experimentação. Mas, mesmo assim, e apesar de tudo isso, vamos nos colocacr diante do público, buscando sentir como reagem ao material que lhes será apresentado.

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