terça-feira, 22 de setembro de 2009

SOLOS TRÁGICOS - ORIGEM DO PROJETO


Em 2008, na disciplina Projeto de Estágio, tive que inventar um projeto. Naquele momento, pensei em trabalhar com tragédias, mais especificamente com textos retirados de tragédias e apresentados como pequenos solos. Fiz o projeto para o DAD, e para aproveitar que estava pronto, mandei o mesmo projeto para um concurso da Funarte. Pois não é que foi aprovado. É óbvio que fiquei muito feliz e somente agora estou me dando conta de que é uma grana muito curta para fazer uma peça de teatro.
Mas a angústia e a paralisia que me acometeram, residem no fato de que não sei por onde começar. São muitas questões sem resposta circulando pela minha cabeça. Sinto-me tateando no escuro, procurando algo ou alguma coisa para me agarrar e considerar um começo.
O projeto é complicado porque pretende trabalhar com várias peças, com as tragédias através do tempo, dos gregos à Nelson Rodrigues, pegando apenas a parte mais trágica de cada peça e transformando isso numa ária, um solo de um ator. Como reunir cinco ou seis momentos trágicos num único espetáculo sem que isso vire uma chatice para o espectador?
Esta peça será também meu trabalho de conclusão, ou melhor, de graduação, no DAD. Tive a sorte que a professora Marta Isaacsson aceitou orientar o trabalho. É importante ter uma boa orientação. Pensei muito entre ela e o professor Irion. Cheguei a tirar cartas do tarot para enxergar mais claramente os prós e contras de cada um. Foram duas cartas boas. Mas a carta da Marta era a mais forte, mais completa. Acho que ela tem uma visão aberta e um amplo entendimento sobre o fazer teatral.
Quanto a mim, sinto-me mais maduro, mas, ao mesmo tempo, mais temeroso para encarar o trabalho. Um freio de mão breca a arrancada inicial do trabalho. O medo.
Talvez este seja o barro que nos une.

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