segunda-feira, 28 de setembro de 2009

FILMES TRÁGICOS




Neste final de semana assisti dois filmes "trágicos".
As Troianas, filme de Michael Cacoyannis, de 1977, baseado na peça de Eurípedes. O mesmo diretor fez também um filme chamado "Ifigênia" (em Aulis), outra tragédia escrita pelo dramaturgo grego. Em As Troianas, a gente só aproveita alguma coisa do trabalho da atriz que faz a Cassandra, Genevieve Bujold, atriz franco-canadense, nascida em 1942. Hécuba, vivida pela atriz norte-americana Katharine Hepburn, já coroa, faz a interpretação "trágica" que se espera mas com muita nobreza. Mas a gente, do nosso tempo, acha que ela é uma tremenda canastrona. A inglesa Vanessa Redgrave, linda, com trinta e cinco anos é Andrômaca. Faz um trágico forte mas também antigo. Acho que as duas caem no melodramático. Vou conversar com minha orientadora sobre isso. E tem Irene Papas, atriz grega, belíssima, gostosíssima, ainda jovem, corpão, no papel da bela Helena, a víbora sedutora, que levou os gregos até Tróia causando sua destruição total. Tem um bifão no filme e toca diversas vezes em notas trágicas, embora algumas sejam bastante "cartas".

O outro filme era "Rei Lear" do nosso caríssimo William, produzido, dirigido e atuado por ele, o único, o meu amigo: Sir Laurence Olivier, meu longinquo o tio. É claro que ele é o próprio. A idéia central é muito boa: a locação é Stonefhenge, simplesmente o cenário do filme é o monumento megalítico da Idade do Bronze. Aí fica o castelo e a propriedade inteira deste Lear. O reino todo é Stonehenge, que localiza-se na planície de Salisbury, próximo a Amesbury, no condado de Wiltshire, no Sul da Inglaterra.

As interpretações são caretéssimas. Made in London. Todo pessoal é ou foi da Royal Theatre Academy, ou algo parecido. Mas, se aprende uns truques. Vale a pena ultrapassar a fase do sono, depois a da xaropada, e assim por diante até o final emocionante, quando o Tio Oliveira entra com a filha Cordélia (a atriz shakespereana Anna Calder-Marshall, nos braços.
Chamou minha atenção que ambos os filmes eram cristãos. Quer dizer, quando eles olhavam pra cima falando com deus, parece que estavam falando com este Deus católico que conhecemos e não com Zeus ou qualquer outro entre os deuses gregos, ou dirigindo-se a um deus ou entidade do universo imaginário medieval.   

2 comentários:

  1. "As troianas" tem muito de classicão, concordo. Mas acho admirável a cena em que Andrômaca (Vanessa Redgrave) descobre que seu filho será imolado. O momento em que ela grita, partindo de um som rouco até explodir, inspirou minha composição no "Édipo" do Luciano Alabarse. Tenho duas versões do "Édipo rei" de Sófocles: a do Pasolini e uma inglesa, toda com máscaras. Também tenho a "Medeia" do Pasolini". Se tu quiseres, te empresto.

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  2. gostaria imensamente de assistir. como e quando posso pegar isto contigo?

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